Quantos filhos esperaram a chegada de seus pais Tantos deles não vieram Não chegaram nunca A calçada não é casa, não é lar Não é nada Nada mais do que um caminho que se passa Tão estranho pra quem fica... pra quem fica As palavras no asfalto, nessa vida são tão duras O carinho não consola mas apenas alivia A calçada não é cama Não é berço Não é nada Nada mais nos faz humanos sem afeto E o medo é um abraço tão distante de quem fica Onde vai? Nós estamos de passagem Onde vai? Onde a rua nos abriga Onde vai? Estamos sempre de partida Onde vai? Onde a rua nos abriga desse frio As pessoas que se enrolam nos jornais não são mais notícia Elas não esperam de um papel de duas cores mais que um pouco decalor A calçada não é pai Não é mãe Não é nada Nada mais do que um abrigo, um refúgio Tão estranho pra quem passa Pra quem passa Onde vai? Nós estamos de passagem Onde vai? Onde a rua nos abriga Onde vai? Estamos sempre de partida Onde vai? Onde a rua nos abriga desse frio Onde vai? Nós estamos de passagem Onde vai? Onde a rua nos abriga Onde vai? Estamos sempre de partida Onde vai? Onde a rua nos abriga desse frio Onde vai? Nós estamos de passagem Onde vai? Onde a rua nos abriga Onde vai? Estamos sempre de partida Onde vai? Onde a rua nos abriga desse frio