O rio vai descendo a serra Vai molhando a terra Seca do sertão Vai formando uma corrente Feito uma serpente Solta pelo chão E a água do seu leito É leite do peito da mãe plantação Que vai eliminar a fome E matar a sede de toda a nação O rio vai criando filhos Vai regando o milho, arroz e feijão Vai seguindo seu caminho Segue seu destino, sua direção Depois que vem a colheita O rio sempre aceita dos canaviais O bagaço do alimento e a sobra de tudo Que ninguém quer mais Rio que não tem carinho Qualquer dia desses vão te dar valor Nasce limpo e morre sujo Envenenam tudo, até o próprio amor Será que eles não percebem Que a natureza pede pra viver Enquanto vai morrendo o rio Nada em sua volta poderá nascer.