Um velho calção de banho, O dia pra vadiar. Um mar que não tem tamanho, E um arco-íris no ar. Depois, na Praça Caymmi, Sentir preguiça no corpo E numa esteira de vime Beber uma água de coco, é bom. Passar uma tarde em Itapuã, Ao sol que arde em Itapuã. Ouvindo o mar de Itapuã, Falar de amor em Itapuã. Enquanto o mar inaugura Um verde novinho em folha, Argumentar com doçura Com uma cachaça de rolha. E com olhar esquecido No encontro de céu e mar, Bem devagar ir sentindo A terra toda rodar, é bom. Passar uma tarde em Itapuã... Depois sentir o arrepio Do vento que a noite traz, E o diz-que-diz-que macio Que brota dos coqueirais. E nos espaços serenos, Sem ontem nem amanhã, Dormir nos braços morenos Da lua de Itapuã, é bom.