Mário Cláudio Não vás embora tão cedo, ainda é noite fechada, e os lobos uivam de medo no vidro da madrugada. Não passes da nossa porta à treva má da cidade, estendida como morta nas nuvens da tempestade. Não vás embora tão cedo, não entres no frio agreste, e não me arranques do dedo o anel que lá puseste. Se fores, não chores por mim, não há vidas sem passado, e a nossa ficou assim na letra de mais um fado.