É quero ver quem vai É quero ver quem vem, É quero ver você, porque É verde, vermelho, amarelo e preto É um som que tem cheiro de mato É guerreiro urucum É verde, vermelho, amarelo e preto Há um arco-íris no céu quando passa o Olodum O Olodum quando sai A Bahia parece que vai Atrás da mãe preta de leite, cantando Cantigas de sangue, de amor Depois de um parto de cor Carregando as pedras do império, cantando É como um navio negreiro Onde já não há mais cativeiro Nos porões são tambores de cores rufando Se a África chama de lá O Olodum repinica de cá A Bahia seguindo seu passo dançando O Olodum quando sai A Bahia parece que vai Inventar de brincar com cabelos trançando Cada trança caída do céu Balançando lá no Maciel Arrastando a casta que é rasta gingando Atrás do cordão umbilical Enterrado lá no Senegal E em toda a África negra gritando Ó Atlântico ouça um conselho Que se abra como o mar vermelho E a Bahia o Olodum mar adentro voltando