Sinto o sol Vir pela janela iluminar E acordar cada poeira Num farol Um raio de luz a me queimar E recordar a vida inteira Que filmará Que beijará Minha cabeça Me manterá Nesse encanto De cada canto a ensolarar A cabeceira De cada pó Subir o manto Bate o sol Me invade num nó Me dá um dó Acordar Sonho alto O corpo imóvel Dá um saldo Bate a porta Um falso alarme A me avisar Deixo o dia Me clarear Igual poeira Possa boiar-me no ar Clarabóia vem me levantar Se a vida quer o pé no chão A poesia pesa menos que o ar Possa vê-la flutuar