Vem essa coisa qualquer Como seta da despedida Direito ao meu coração E eu choro e rio sem querer Nunca de mim tão perdida Pobre de mim tão sem jeito E eu choro e rio sem querer Nunca de mim tão perdida Pobre de mim tão sem jeito Que luz é essa que cega Que desatina, atordoa Que vem de dentro e me invade Que me transtorna, se chega Mas quando parte magoa Num alívio de saudade Que me transtorna, se chega Mas quando parte magoa Num alívio de saudade Vem essa coisa tão estranha Vem num laço que desprende Uma doçura que amarga E eu pequenina e tamanha Num corpo que não se rende Uma estreiteza tão larga E eu pequenina e tamanha Num corpo que não se rende A uma estreiteza tão larga Que graça é essa tão séria Que corroi até ao osso E me arde de tão fria Dá-me tudo, até miséria Vem meu amor que eu não posso Viver assim mais um dia Dá-me tudo, até miséria Vem meu amor que eu não posso Viver assim mais um dia