Vasco Graça Moura Artur & Carlos Paredes Agora esta valsa na lenta espiral / do baile de sombras em que às vezes danças / quando a noite cai e é de pedra e cal / no espelho vazio das minhas lembranças, / agora esta valsa no avesso dos dias, / na melancolia das suas oitavas, / Repete de leve nas horas sombrias / as loucas palavras que me murmuravas / agora esta valsa quando te atravessas / Nesta solidão envolta num xaile / lembra-me uma a uma as tuas promessas / na luz apagada deste fim de baile / Qualquer valsa agora são passos em volta, / na vida sem rumo o adeus é cruel, / galopam as nuvens deixadas à solta, / ficou-me o deserto, ainda sabe a mel / vejo o teu vulto e é muito tarde / nesta distância sem regresso / talvez a vida Me acobarde / se à tua ausência me confesso / nem saberei o que me espera / nem que rosário de amargura / nem se É inverno a primavera / nem se este amor se fez loucura / agora esta valsa na lenta espiral / do baile de sombras em Que às vezes danças / quando a noite cai e é de pedra e cal / no espelho vazio das minhas lembranças, / qualquer Valsa agora são passos em volta, / na vida sem rumo o adeus é cruel, / galopam as nuvens deixadas à solta, / ficoume O deserto, ainda sabe a mel