Lábios que beijei Mãos que eu afaguei Numa noite de luar assim O mar na solidão bramia E o vento a soluçar pedia Que fosses sincera para mim Nada tu ouviste E logo partiste Para os braços de outro amor Eu fiquei chorando Minha mágoa cantando Sou a estátua perenal da dor Passo os dias soluçando com meu pinho Carpindo a minha dor, sozinho Sem esperanças de vê-la jamais Deus, tem compaixão deste infeliz Por que sofrer assim? Compadecei-vos dos meus ais Tua imagem permanece imaculada Em minha retina cansada De chorar por teu amor Lábios que beijei Mãos que eu afaguei Volta, dá lenitivo à minha dor