Tenho uma lágrima No canto do olho Avozinha está sozinha A ver a morte aproximar Sacrifícios aumentados Redobram o nosso padecer Se um dia a mais Se um dia ao menos Pudessem ver e ter Na corrida para o poder Primeiro é o pão Para se comer Velhos e velhas chorando Da alegria passageira Com a promessa da conversa Dos homens da nossa terra Velhos outrora respeitados Era assim nos outros tempos Hoje amizade e família São manobrados pelo contexto Os velhos morreram cedo Os filho irão também Filhos pequenos estão com medo Da situação que se mantém Olha os castiços embaciados Olha os vorazes comendo tudo Olha os doentes empobrecidos Olha os molhados emancipados Tenho uma lágrima no canto do olho