Olhos nos olhos, sem dar sermão Nada na boca e no coração Seus amigos são um cachimbo e um cão Casa de papelão Olhos nos olhos, preste atenção Olha a ocupação Só ficou você, só restou você Uivo louco, sangue em choro Pra agradar opressão Não de foice ou faca, esquartejada A alma amarga amassa a lata Estoura pulmão Toda pedra acaba, toda brisa passa Toda morte chega e laça São pra mais de um milhão Prédios vão se erguer E o glamour vai colher Corpos na multidão Na minha mente, várias portas E em cada porta uma comporta Que se retrai e às vezes se desloca E quantos segredos não foram guardados nessa maloca? Flutuar no céu poluído da cidade e beber toda sua mentira Esperança míngua, torneira sem água Moeda? É religião que alicia Vamos cantar pra nossos mortos Vamos chorar pelos que ficam Orar por melhores dias E se humilhar por um novo abrigo Não de foice ou faca, esquartejada A alma amarga amassa a lata Estoura pulmão Toda pedra acaba, toda brisa passa Toda morte chega e laça São pra mais de um milhão Prédios vão se erguer E o glamour vai colher Corpos na multidão