Desespero... o mar turva-se aos meus olhos Porque o céu amua com a terra e entristece Desespero... roça a minha fantasia A língua da serpente e o meu céu não amanhece Rasga a seda do meu sonho Toma-me em teus braços nos instantes do delírio Rasga o ventre do teu dono Com a sinfonia nos compassos do martírio Salva-me... Amor salva-me Estrela sensual que o meu céu seduz Amor salva-me... Vem e salva-me Olhar tropical que ao meu olhar dá luz Desespero... mordo a minha consciência Em três Avé Marias onde salvo a existência Desespero... estendo a minha cobardia Nos lençóis de linho onde existe a tua ausência Sopra o vento E o pensamento teima em persegui-lo num perfeito desatino Rola o tempo E o coração aceita as leis da vida, indiferente ao seu destino