Cajueiro velho Vergado e sem folhas Sem frutos, sem flores Sem vida, afinal Eu que te vi Florido e viçoso Com frutos tão doces Que não tinha igual Não posso deixar De sentir uma tristeza Pois vejo que o tempo Tornou-te assim Infelizmente também é certeza Que ele fará o mesmo de mim Já trago no rosto Sinais de velhice Pois da meninice Não tenho mais traços Começo a vergar como tu, cajueiro Que foi meu companheiro Dos primeiros passos Portanto Não tens diferença de mim Seguimos marchando Em uma só direção Agora me resta da vida o fim E da mocidade a recordação