Inverno não ainda, mas Outono A sonata que bate no meu peito Poeta distraído, cão sem dono Até na própria cama em que me deito Acordar é a forma de ter sono O presente, o pretérito imprefeito Mesmo eu de mim próprio me abandono Se o rigor que me devo, não respeito Morro de pé, mas morro devagar A vida é afinal o meu lugar E só acaba quando eu quiser Não me deixo ficar... não pode ser Peço meças ao sol, ao céu, ao mar Pois viver é também acontecer