Às vezes eu tenho uma leve impressão Às vezes é uma bruta certeza De que a nossa vida na Terra Não é bem uma viagem de férias Nascemos pelados, sem nada, sozinhos Com o fogo do sol nos olhinhos de neném E ninguém pode nos consolar Da fome enorme que é viver Da imensa dor que é nascer na Terra Saudade da luz das estrelas... saudade... estrela Tudo vem, passa por nós e se vai Sonhos e planos, fracassos, vitórias O bem e o mal, pesadelos e sonhos bons Nada mais restará na corrente dos anos Que ainda tentamos deter a todo custo nas mãos Se tudo e todos que amamos se vão Meu amor segura firme a minha mão A mente e o corpo tão breves são ilusões Só restará o coração, a vela de um barquinho No oceano infinito do Tempo a vagar... E na branca manhã dos meus 33 Eu tive uma bruta certeza De que a vida humana na Terra Não é bem uma viagem de férias...