Estrada fora estrada dentro, de Bayonne a Milão, Coração ao relento, mundos e fundos na mão. Corpo negro macadame, de Milão a Budapeste, Voar, "chercher la femme", norte, sul, oeste, leste. Polaroid, pôr do sol, vénus na concha da Shell, Sexo, sonho e rock'n'roll, noite branca no motel. Anjo perdido na bruma, leva-me ao sétimo céu, Abre o teu manto de espuma, deixa cair o teu véu, Deixa cair o teu véu, deixa cair o teu véu, Deixa cair o teu véu... Chuva, bréu e gasolina, bar aberto, companhia, Cheiro a erva na latrina, chá, café e fantasia. Ultrapasso um camião, passo fronteira e portagem. O écran do alcatrão devorou a tua imagem. Estou tão longe, estou tão perto, sei que nunca Hei-de chegar Onde vou não sei ao certo, já não posso mais parar. Refrão Contigo leio o futuro nas gotas do pára brisas, Coração inseguro, mãos vazias, indecisas. Néon pálido, luar, Via Láctea, solidão, Tenho ganas de beijar o espelho da escuridão. A grande roda da sorte é uma curva sem fim, Do outro lado da morte há uma estrada só p'ra mim. Refrão (2x).