Digo buenas e me espalho E já vou puxando a faca Nem toda mulher é vaca Mas toda vaca é mulher Sempre fui solito aos pé Dispenso acompanhamento Eu mesmo me apresento: Analista de Bagé Sou natural da fronteira Batizado num regato Guri criado no mato Campeão de guerra de bosta De truco e nado de costa Já barranqueei muita égua Mas hoje em dia dei trégua Isso é coisa prá quem gosta Freudiano barbaridade Sou doutor em joelhaço Louco se cura é no laço Encho de tapa o bagual Ou mateando, coisa e tal Pos chimarrão ilumina A idéia e as urina E desembucha o animal Lindaura, a recepcionista É trigo e se não me engano Só dá uma vez por ano Mas quando vem fico louco A nega véia é um sufoco Além do mais é de graça Aquela china buenaça Não é de se dar pros porco Dos causo que me aparece Os Édipo são os mais chatos Grudam que nem carrapato Nas comadre, assim no más Não te fresqueia, rapaz! Tua mãe já tá na lona Vai lá te meter na zona E deixa essa velha em paz Uma chinoca gasguita Mas especial de primeira Me veio flor de faceira Tinha furor uterino Mas tche, que baita pepino! Joguei ela nos pelego E acalmei o borrego Como manda o figurino Não hai veado gaúcho Nem nunca houve na história São correntes migratórias Que se vieram que nem churrio Ou, bueno, alguém permitiu Enquanto Deus cochilava Ou então é porque já tava Preenchida a cota do Rio E já me voy despacito Ganhando o lado das casa Quando eu falo, viro brasa Sou um índio meio grosso Salta a veia do pescoço E seja o que Deus quiser Tô a gosto, vou de a pé Tranquilo feito água em poço