São loucas! são loucas! loucas... Eu sei, meu amor, que nem chegaste a partir Pois tudo em meu redor me diz que estás sempre comigo De manhã, que medo, que me achasses feia! Acordei, tremendo, deitada na areia Mas logo os teus olhos disseram que não, E o sol penetrou no meu coração Vi depois, numa rocha, uma cruz, E o teu barco negro dançava na luz Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas Dizem as velhas da praia que não voltas: No vento que lança areia nos vidros; Na água que canta, no fogo mortiço; No calor do leito, nos bancos vazios; Dentro do meu peito, estás sempre comigo